Não falo com ninguém há demasiado tempo. Instintivamente, começo a reparar nos silêncios que me envolvem. O silêncio do vento que duvida de mim, da indiferença da casa quando vagabundeio por ela e pedincho um olhar nos olhos às cómodas e abro portas varandas e armários à procura de pessoas
- Dá uma moedinha?
do teclado que me critica ao som de cada letra escrita em solidão, dos pilares que suportam com cuidado a rede onde repousam os feijões-verdes , para que nenhum repouso me caia em cima enquanto olho o silêncio morto dos arbustos e o colossal horizonte deserto que me tem aversão e se afasta, como se não estivesse já suficientemente longe.
Sem querer misturo o dia com a noite sem haver quem me convença de que é uma futilidade como as cores do céu que os diferencia. Deito-me suprimido às três da tarde e saio confiante para o dia às onze da noite, chamam-me vadio e estouvado mas não ligo. Se vou para o quarto e fecho os estores mudo o tempo do mundo, chego em momentos a uma daquelas horas em que simplesmente acordámos, frente a frente com o silêncio ventoso a intrometer-se para nos examinar
- Uma emboscada
surpreendo-me, foi porque me cheiraram fraco, e penso que quem me diz que o silêncio é a calma não tem o hábito de estar sozinho com a péssima companhia dos seus pensamentos durante muito tempo. O silêncio que conheço é a consciência cada vez mais louca.
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2 comentários:
Gostei mt do blog.... mt á frente mesmo :D
Sr. Nº2 e restantes Sr do voo Porto-Londres [27/03/09]...Gostei de vos ter conhecido...
beijinho
Ana :]
DIA DAS MENTIRAS! LOL
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