domingo, 15 de junho de 2008

Jamais O Amanhã

O facto de relacionar as acções andantes com as características flutuantes

Que nos ocorrem inesperadamente e desesperadamente

Sem qualquer papagaio voador, sem sentimento nem pudor.

Que corrói as paredes do corpo, ficando sublime

A espera de quem o anime

E o faça levantar por obra de sua mão e de seu coração.

É a força amorosa de quem o sente

De quem espera e alcança

O flutuar da mente,

E do corpo.

Indeterminadamente, reaparece o que se jamais sentira.

Enquanto se espera no fundo sem luz

Em que já não se produz

O facto de gemer.

Gemer por amor, por dor

Ódio ou felicidade, que jamais permite idade

Se não sentir o calor de alguém.

Provocador e devastador

Radiante e penetrante, que rompe o que quer que seja

Deixando o ser respeitante,

Fogoso e desejoso,

Querendo que jamais comece o amanhã.



Texto escrito e gentilmente cedido por Fabiana

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A Moca Tem Espinhos

Vivendo na rua da amargura
O Sol não brilha
É como se estivesse revestido por uma armadura
E única réstia de esperança são os activismos sociais
Inexistentes, ineficazes, casmurros e estúpidos


A moca dos chefes tem espinhos
Destinados a ferir aqueles como nós
Cobertos por uma manta de minimalismos
No fundo não passamos de uns grandes cócós


Vive-se vivendo, talvez sonhando
Sem grande esperança de alguma vez mudar
Apenas as suas grandes desilusões comportando
Sentindo-se em ostentações nadar
Broncos, idiotas, desistentes e derrotados


A divina providencia hierárquica
Agressora como as ondas do mar
Provocando ondas de incerteza inequívoca
Com contentes descontentamentos impossíveis de respeitar
Infelizes, tristes, deprimidos e suicidas


Moca espinhosa
Sugas sonhos e projectos
Metes nojo por ser tão ranhosa
Ostentas poder e malícia nesses olhos pretos


Almas arrasadas e devastadas
Com cordas e cordames amarradas
Lágrimas de penúria engarrafadas
Ejaculações esterilizadas




Poema escrito e gentilmente cedido por Carlos Ferraz (o Grande)
 
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