quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Desde puto que sonho com a morte. Ainda novo, pensei seriamente como seria no fim de tudo... Como será, de facto?

Teremos nós direito a um local para vivermos o pós-vida? Se assim for, eu não quero. Fechem-me numa caixa ou assim, e limitem-se a ignorar-me toda a eternidade. A vida já é suficientemente aborrecida... é complicado encontrar finalmente alguém novo que acrescente algo.

Disponho-me a esperar, e penso nisto mais uma vez. A dor de cabeça vai aumentando, triste finalidade de tempo perdido. Não interessa. Ainda falta.

Alguém dizia que pensar é mau... não imagino os meus dias sem o tapa-buracos aka raciocínio. Terão as pedras uma vida menos frustrante?

Como o verdadeiro caçador de Emos que me considero, palavras melodramáticas são carvão no fogo de raiva. É-vos demasiado fácil lamuriarem-se; a dor fingida que discutem é uma máscara grotesca de um interior vazio.

Dêm-me desafios, e não recompensas. Ideias, e não obras. Mas por favor, não me encham com as vossas vidas. Não vos mereço, e vós não me merecem. Não me empurrem! Eu vou sozinho. Acaso encontraram a resposta para a apatia? Busquem-na, mas largem-me. Não preciso de indicações. Sou sozinho, não infeliz.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Penso rápido

Não penses. Pensar entorpece o impulso. O racional está a destruir-me, aposto que se passa o mesmo contigo. Pensar é a forma permitida de invocar demónios. Pensar é a forma estratégica de esconder sentimentos. Pensar é uma desculpa. O pensamento, esse pensamento, canalizador de diálogos. O que impede que o sangue corra. O que impede a velocidade. Não nos permite evoluir, não nos permite retroceder. Enforca-nos no limbo que pensamos ser a saída ou a conclusão. Mas não passa de um triste e insersível estado de melancolia. Sou feliz a pensar? És feliz a pensar? Gostas demasiado de ti para deixares de pensar. Não vives sem ti. Não pensas sem ti. Refugias a tristeza de teres a sorte azarada de pensar num vício ou escape. A melhor forma de seres tu. Tu não és o que pensas. Eu, pelo menos, não sou.

Procura, Evolui, Volta Atrás

È considerado hoje em dia que a época longínqua designada de “Descobrimentos” é uma fase da humanidade já passada. Pois eu considero que não, pura e simplesmente os oceanos são outros, ora vejamos, hoje em dia existe exploração em qualquer temática social, seja ela política, informática, medicina, astronomia, uma quantidade infindável de possibilidades levam o ser humano a querer chegar cada vez mais longe. Mas vejamos bem as coisas, cada descoberta feita abre-nos caminho para milhões de possíveis novas descobertas, e é ao pensar nisto que chego à conclusão de que nada sabemos, tantas questões para as quais gostaríamos de ter respostas certas, dados conclusivos que nos permitissem compreender o universo em que vivemos. È possível então concluir que a máxima do “Só sei que nada sei.” É cada vez mais actual.

Olhando para trás para as civilizações já perdidas ficamos com a sensação de que se tivessem perdurado até aos dias de hoje o mundo seria um local tão mais perfeito e avançado, por exemplo, os árabes aproximadamente em 6000 a.C descobriram o 0, a descoberta deste número, que hoje em dia parecerá uma coisa minimalista e sem grande importância mudou, sem sombra de dúvida a história da matemática, outro exemplo, os Incas na altura dos “Descobrimentos” já conheciam a circulação sanguínea e tinham uma medicina muito mais avançada que os europeus. Que será que se passa connosco? Porque não conseguimos nós ter a genialidade que os povos de outrora possuíram? È uma questão pessoal para a qual cada um terá que procura a sua própria resposta.



(texto escrito e gentilmente cedido por Carlos Ferraz, o Grande)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Verdade

Enquanto caminhava pela rua da Igreja vi os doidos com os seus coletes de forças a serem empurrados magicamente até à grande parede branca. Vi os doidos a pensarem ter visto cores, desviei a cara porque os doidos me entristecem. Vejo-os desde sempre, a contagiar loucura enquanto esfregam as suas feridas abertas em corpos diferentes, com alegria, de propósito. Parece-me que são resistentes a todos os observadores, protegidos pela pedra sagrada à prova de falas. Perguntei-me sempre se, logo depois de levar com o peso de cada um dos seus murmúrios, desabaria. Quer dizer, quão desesperado está um ser humano que vai tentar o poder da parede mais próxima? Uma parede imponente, inocente e indiferente... uma normal parede.
E eu não sabia que os doidos rosnam até ter pedido sanidade a um deles. Rosnam, cospem-me, mentem-se, sorriem, às vezes só tentam ser sãos, entristecem-me. Não é que eu também não seja doido, não é que alguém o seja sem esse direito, mas porque é que esses iguais (para mim são iguais), nos seus rodopios delirantes em que a parede se torna um omnipresente muro branco, não param, não se viram para mim e me pedem ajuda? Com toda a minha arrogância eu ajudo, mas ajudo.
 
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