quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mas que...

Ele não serve p’ra nada
É rara a vez em que possui carisma ou algo incessante
O seu eu foi morto há mais do que a sua nascença
E há muito deixou de ser flamejante
Pois que tudo o que quer morre ou mata
E nunca conseguiu o que quis
Vive titubeando em chinelos ou pouca força
E ambos sabemos que nunca foi feliz
Começa a maioria dos seus versos pela letra “E”
Não chega para melhor coisa
Lamenta que os outros lamentem
Mas é ainda o que ele faz melhor
Um cão que nem ladra nem morde
Produto de nada com entulho
Enquanto ouve delicadamente o sibilar de velhos troncos poisados
Nem se apercebe do resto do barulho
Se as pessoas tivessem preço, ele seria de graça
Pois é o ócio que o consome, inércia da almofada
Apela que um dia melhore, e talvez grite para mudar
Mas no fundo sabe que na verdade,
Ele não serve mesmo p’ra nada.

4 comentários:

Anónimo disse...

Escreves muito bem, Durão! Não pares de o fazer.

Pedro Durão disse...

gosto pouco de anónimos
obrigado :)

Inês Gonçalves disse...

Agora que descobir, seguirei mas escrevam mais que isto já está desactualizado.

Beijinhos

nº2 disse...

fica para breve, deixa acabar a época de exames. por acaso anda-me bastante a apetecer fingir que escrevo

 
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 Portugal License.